Enfim, um Pouco de Sol.


De uns meses pra cá tem chovido muito. E aqui dentro a névoa embaçava meus olhos e minhas madrugadas. Dentro de mim, passei não sei quanto tempo procurando uma fresta de luz, um vestígio de paz, mas a revolta e a ressaca eram tudo que eu via dentro de mim.
No meio das tempestades, tínhamos poucas conversas. Por vezes eu o chamava, mas nada ouvia. Quando Ele vinha, era sem ser chamado, dizendo-me poucas palavras já conhecidas, fazendo meu peito arder de remorso. Numa dessas madrugadas perdidas, resolvi esquecer de todo o resto. Enxuguei as lágrimas, sentei-me, e evitei olhar meu rosto no espelho. Chamei seu nome. Não gritando ou resmungando como nas outras vezes. Chamei baixinho, sussurrando, e Ele apareceu. Conversamos por horas, coisas e confissões que só eu saberei. Senti sua companhia e seu amparo, sem medo de pedir perdão, sem vergonha de me envergonhar.
 Conversamos, rimos e choramos juntos até que eu pegasse no sono novamente. Quando acordei, fazia sol lá fora, e também aqui dentro.

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